As
redacções deviam obedecer a um tema dado pelo professor. Teríamos depois total
liberdade para o desenvolver.
Não
sei se a inspiração me faltava ou se influenciada pelo manual escolar, em que
no capítulo dedicado à religião, os vários assuntos apareciam escritos em forma
de pergunta/resposta, pude verificar que quase todas as minhas redacções eram
escritas em discurso directo.
(transcrição de parte do capítulo do livro da 1ª classe dedicado à religião)
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(transcrição de parte do capítulo do livro da 1ª classe dedicado à religião) |
Exemplos de Redacções Em Discurso Directo
As
que não eram escritas em discurso directo, eram fortemente influenciadas pela
inculcação sistemática dos valores vigentes.
Descrever esses valores tão
trabalhados nos diversos textos eram garantia de uma boa nota.
E como "DEUS É REMUNERADOR", e dá a cada um o prémio ou o castigo, segundo as obras
que cada um praticou, lá fui sempre passando de classe.
Nunca
obtive mais do que 12 valores, mas essa média devia ser proporcional ao esforço
desenvolvido. "DEUS É REMUNERADOR !"

Na
4ª classe as provas de treino para a Admissão ao liceu intensificaram-se
bastante, e em Junho, lá fui ao Liceu de Oeiras fazer o Exame de admissão.
Antes de passar a um novo "ciclo" - o Liceu, dois textos para uma pequena reflexão:
"A produção de Escrita Pelas Crianças" e "Livros Escolares, o Interesse Pela Pedagogia ou a Pedagogia do Interesse"
Copiado de um e-mail enviado pela Clarisse:
ResponderEliminarAna, acho que aquela questão da pergunta/resposta na redação não era apenas tu que a usavas. Penso que era uma estratégia didática muito em voga na altura, acreditando-se que conduzindo assim os alunos eles chegavam à boa organização das ideias na escrita. Portanto, as perguntas deviam ser colocadas pelo professor e eram iguais para todos, penso eu.
sim, estava a pensar exatamente no que a Clarisse disse. As perguntas eram uma espécie de tópicos que orientavam a construção do texto. Em princípio. não tinham de ser copiadas pelos alunos, mas, os professores aproveitavam mais aquela copiazita. Penso que esta forma de orientação acontecia sobretudo nos primeiros anos e correspondia à ideia de que, eles, coitadinhos, tão pequeninos, ainda não sabiam articular as ideias. Mas acho muito gira a maneira como a autora relaciona os textos do manual com os textos que ela produzia.. Os valores não eram veiculados em vão. Acho fantástico o texto do 4ºano. Remete-me para os submissos textos que eu escrevia quando tinha 9 anos. E, embora, não seja nadinha saudosista, encanto-me com a ingenuidade e a tranquilidade desses tempos. Obrigada, pois à autora. Só não estou de acordo com uma coisa: ela ir já para férias....
ResponderEliminarE eu estava tão feliz a pensar que tinha inventado uma estratégia para me safar sem grande trabalho. Como sabes eu acho graça a estas coisas e acho que há aqui muitas coisas que um dia podiam servir para discussão. Depois das férias grandes continua e logo se vê, mas sem saudosismo.
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